Uma família decide fazer um retiro em uma floresta isolada, Sprout (Nicole Moorea Sherman), uma menina de 13 anos, seu pai, Roy (Lew Temple) e o irmão mais novo, Percy (Tate Birchmore), com o objetivo de homenagear em silêncio a morte de sua irmã mais velha, Magda (Daniela Leon), no aniversário do seu falecimento.
Sprout, a protagonista da trama, é uma adolescente que estuda em casa e vive uma existência extremamente protegida com seu irmão. Ela se encontra no limite de sua feminilidade e do despertar sexual, enquanto luta contra a repressão de seu pai, um homem politeísta com uma obsessão pelo panteão de deuses gregos.
Aos poucos Sprout descobre uma série de segredos sombrios de sua família que viram seu mundo de cabeça para baixo e a levam em uma jornada mais tenebrosa. Monstros altos e musculosos podem vagar em seus sonhos, mas no filme fica bem claro que o horror pode estar dentro de casa.
Somos introduzidos lentamente à dinâmica familiar bizarra imposta por Roy Grady (que ecoam tons de um Capitão Fantástico maligno) e o condicionamento que ele impõe a seus filhos: doutrinação total das verdades dos deuses gregos, folclore distorcido e prática de rituais neopagãos.
Em alguns momento o roteiro apresenta o trio familiar em momentos de ternura, bem como se divertindo em jogos que são misturados com estranhos rituais arcaicos. No entanto, o comportamento de Roy se torna cada vez mais inconsistente, misógino e irregular. Ele tenta moldar a mente dos filhos impondo seus pensamentos sobre certas ideias e, em seguida, tenta de todas as formas anular a individualidade deles.
Paralela a essa narrativa está a sexualidade crescente de Sprout, que entra em conflito extremo com as noções arcaicas de seu pai sobre a sexualidade feminina. O tema da sexualidade é um tropo popular em filmes de terror, especialmente quando se trata de explorar personagens que têm pais religiosos extremistas (como em Carrie de Stephen King). Esta é a vertente mais interessante do filme.
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O design da criatura é feito de forma bastante convincente e eficaz. O monstro aparece sutilmente no filme fora de foco e com efeitos embaçantes que ajudam a mantê-lo periférico à narrativa e a garantir que o mistério da besta permaneça intacto. Optando pelo excelente menos é mais.
Como de costume, os verdadeiros monstros são humanos e se escondem à vista de todos. Essa revelação não é uma grande surpresa. Mas como chegamos a esse ponto e como ele se desenrola depois nos prende bem a atenção. Contanto que você não esteja esperando um filme de terror independente inovador, você deve gostar de assistir Between the Darkness.
Disponível gratuitamente no serviço de streaming DarkMatter TV
Between the Darkness (2019)
IMDb | Rotten Tomatoes | Letterboxd | Filmow
Direção Andres Rovira
Duração 1h36min
Gênero(s) Terror, Thriller
Elenco Nicole Moorea Sherman, Lew Temple, Tate Birchmore +