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A Hora do Mal (2025)

  • Foto do escritor: Isabela Picolo
    Isabela Picolo
  • 5 de ago.
  • 2 min de leitura

Em campanhas de marketing para filmes de terror, os trailer se dividem de 2 formas: os que não mostram nada ou nada parece fazer sentido e os que mostram demais. A Hora do Mal funciona melhor quando o espectador entra sem grandes expectativas ou spoilers, já que sua premissa chama atenção por si só.


A história acompanha o enigmático sumiço de 17 alunos de uma mesma turma onde todos desaparecem ao mesmo tempo durante a madrugada, com exceção de um único estudante.


Assim como em Noites Brutais, onde a história muda drasticamente de direção na metade do filme, A Hora do Mal também aposta em uma estrutura não linear e fragmentada. Aqui, porém, ele vai além, dividindo o enredo em sete capítulos com múltiplos protagonistas e pontos de vista.

Weapons (2025)
Weapons (2025)

Cregger novamente mistura terror, drama psicológico e humor sombrio, criando uma atmosfera imprevisível. Essa combinação inusitada de tons foi uma das marcas que surpreendeu o público em Noites Brutais e reaparece aqui de forma ainda mais refinada.

O diretor continua mostrando habilidade em criar clima de inquietação e explorar o medo pelo viés humano e social, não apenas com sustos, mas com dilemas morais e situações perturbadoras.


A estrutura narrativa revela praticamente tudo o que o filme quer apresentar, detalhando os acontecimentos para que o público vá compreendendo a trama aos poucos.

No entanto, ao se aprofundar em cada personagem, percebe-se que alguns recebem mais destaque do que outros e, em certos casos, são simplesmente descartados depois de cumprirem sua função. Acabam sendo usados quase como peões.

Já em outros momentos, há um foco excessivo em determinados personagens, mas esse tempo todo é usado para revelar muito pouco. Isso faz com que o filme demore mais do que o necessário para avançar, prejudicando o ritmo.


No fim das contas, a caminhada até a revelação final é bem interessante e consegue prender a atenção do início ao fim. Embora o filme insira elementos ao longo da trama que podem ser pistas (ou apenas distrações), ele acaba gerando certa confusão. Algumas dessas informações ficam soltas, e a resolução do final em partes parece não se encaixar bem na lógica da narrativa ou nas próprias regras que o filme estabelece. Ele prepara o telespectador para a revelação final e pode não corresponder às expectativas que ele mesmo criou.

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