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  • Foto do escritorMonique Costa

The World is Full of Secrets: explorando os temores femininos

Mas aconteceu com elas, aconteceu comigo. Aconteceu com todas nós.

Longas cenas de monólogos extensos, com planos fechados e muito storytelling. Se esse conjunto de palavras já te faz bocejar, The World is Full of Secrets pode não ser algo muito agradável de assistir. E embora para mim, essas características não sejam muito apelativas, não consegui desviar os olhos ou pensar em outra coisa que não fosse as histórias contadas ou protagonizadas pelas personagens deste filme.


Dirigido e roteirizado por Graham Swon, o longa estadunidense lançado em 2018 se apoia no interesse precoce de seu idealizador pela literatura criminal, sela ela real ou ficcional. Mas foi somente depois de inúmeras alterações no roteiro, ao longo de vários anos, que a história encontrou seu formato atual, do qual é muito difícil de definir, explicar ou comparar. Portanto, caso opte por assistir, esteja ao menos ciente de que este não é mais um show de violência explícita e de sangue sendo espirrado pela sua tela.



A história começa com a voz de uma senhora (Peggy Steffans) divagando sobre recordações e análises sobre um trágico fato de sua juventude – falas estas que farão muito mais sentido ao término do filme. E com a promessa de nos contar o que aconteceu no verão de 1996, somos então apresentados a um grupo de garotas entre os seus 14 e 16 anos iniciam uma competição sobre quem conta a história mais terrível (e real) entre elas.


Com diferentes personalidades e interesses distintos, as meninas apresentam narrativas situadas em contextos variados, mas sempre com dois fatores em comum: uma violência exacerbada e minunciosamente descritiva, além da semelhança de todas as vítimas serem mulheres, embora seus infratores nem sempre sejam do sexo oposto. E é através dessas histórias e das interações entre elas que vamos aos poucos conhecendo mais sobre suas narradoras, e principalmente sobre esse medo comum que move e limita qualquer mulher.


E como já dei indícios ao decorrer desse texto, The World is Full of Secrets não é fácil de assistir, e não só pelas suas escolhas criativas. Os relatos narrados pelas meninas não são agradáveis de ouvir, embora não sejam tão diferentes do que vemos diariamente nos noticiários. Talvez o impacto maior seja o de receber através de rostos e vozes ainda infantis, e pela consequente conclusão aterradora de que nem elas estão distantes dessa violência.


 

O Mundo É Repleto de Segredos (2018)

The World Is Full of Secrets


Direção Graham Swon

Duração 1h38min

Gênero(s) Terror, Drama

Elenco Peggy Steffans, Alexa Shae Niziak, Dennise Gregory +


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