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  • Foto do escritorIsabela Picolo

A imprevisibilidade de Barbarian e trailers que não entregam nada (ou quase nada)

Esse texto pode conter alguns SPOILERS


Barbariam chegou diretamente no Brasil pelo Star+ e têm surpreendido positivamente, seguindo uma narrativa nada previsível com relações de desconfiança exploradas em vários personagens.


O Star+ entregou dois filmes muito bons esse ano para seu catálogo. Fresh foi um deles e depois de alguns meses, Barbarian. O filme até era bem esperado pelos fãs, mas o que ninguém imaginava era do que ele se tratava. Tudo que a gente sabia era sobre um túnel dentro de uma casa em um bairro de Detroit, mas isso é só a ponta do iceberg.


Tess (Georgina Campbell) vai até Detroit porque têm uma entrevista de emprego muito importante. Ela aluga uma casa, mas infelizmente ela já está sendo ocupada por um desconhecido chamado Keith (Bill Skarsgård).


Diferente de um filme que você já sabe onde está entrando, Barbarian te coloca na mesma posição dos personagens dentro no túnel. É tudo escuro e você não sabe o que vem por aí. Os momentos de tensão estão concentrados neste lugar e o diretor Zach Cregger sabe trabalhar muito bem com o medo que vai além de jumpscares e se sustenta por um longo período. O maior mérito dele é conseguir mostrar terror em situações diversas como uma interação forçada com uma pessoa desconhecida, mas também aquele medo de algo que você nem imagina que existe, mas vai ficar cara a cara com você.

O longa parece uma antologia, porque ele tem 3 momentos bem diferentes- até esteticamente falando, mas sempre parte do tema principal: a casa em um bairro praticamente esquecido de Detroit. A cidade realmente sofre economicamente há muitos anos, mas em 2013 declarou falência. Hoje em dia ela é conhecida pela alta criminalidade e por ter várias construções abandonadas. Ela já foi usada como retrato dessa realidade em filmes de terror, mas sinto que ainda é possível explorar mais.


A nossa imaginação pode ir longe quando pensamos no que pode acontecer nesses locais abandonados. A ideia de ser uma região esquecida deixa tudo muito mais assustador e triste. O que fica mais em evidência e gera muita revolta é o esquecimento por parte das autoridades, que não ligam mais para a região que agora está sem lei. Esse esquecimento por parte da sociedade e o apagamento de pessoas não é algo inédito em cinema de horror.


O filme gera tantas dúvidas e desconfortos na sua primeira parte, que minha memória até esqueceu que o Justin Long estava no elenco. Eu fiquei muito presa naquele núcleo inicial, onde não sabemos muito sobre os personagens e nem quem confiar. O filme brinca muito com essa dúvida.


Com um trailer que não entrega praticamente nada, senti grande confiança no trabalho do diretor em querer guardar essa revelação e esperar que o público comprasse a ideia. Barbarian chegou com tudo já falando que é o filme mais surpreendente dos últimos tempos. Claramente uma narrativa usada como estratégia de venda, mas essa afirmativa abre muito para discussões. É uma pena que ele não foi visto no cinema.


 

Barbarian (2022)

Noites Brutais


Direção Zach Cregger

Duração 102 min

Gênero(s) Terror, Mistério

Elenco Georgina Campbell, Bill Skarsgård, Justin Long +


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