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  • Foto do escritorMallu Correa

Renfield – Dando o sangue pelo chefe (2023)

O cinema atualmente sobrevive de obras não-tão-originais assim, é remake, é sequência, é reboot, é toda e qualquer referência que pode levar uma pessoa a mais pro cinema tocando em sua nostalgia. Algumas vezes, funciona, outras vezes, nem tanto assim. Felizmente, o caso de Renfield é exatamente aquele caso em que o cinema consegue transformar uma história um tanto quanto batida em um texto novo, e que dá certo.


O filme fala sobre o Renfield, um homem ambicioso que, ao fazer um acordo com Conde Drácula, acaba virando seu escravo por algumas centenas de anos. Para além de um filme normal sobre vampiros, a obra aposta em uma relação diferenciada entre servo e escravo, atualizando para o modelo capitalista atual, como uma exploração do chefe sobre seu funcionário.


Entretanto, ele não se baseia completamente nisso, a trama começa quando Renfield decide frequentar um grupo de apoio a pessoas que sofrem com relações abusivas para, a partir dali, buscar esses parceiros tóxicos e levar como alimentos ao seu chefe, já que, na cabeça dele, estaria fazendo um favor ao mundo e a quem fosse se livrar deles. Porém, o próprio começa a se questionar sobre sua relação com Drácula, observando que ele mesmo também está numa situação considerada tóxica com seu chefe.


É claro que colocar Nicholas Hoult, Awkwafina e Nicolas Cage em papéis que os mesmos já têm uma familiaridade e uma certa facilidade em fazer dificilmente poderia ter um resultado muito trágico. Então, o que Renfield faz é apostar em uma fórmula muito bem estruturada dentro da indústria e tentar, ao máximo, não arriscar sair dela. O que talvez seja seu único erro.

O filme tem vários atos, ainda nesse meio, ele se propõe a abordar a história de Renfield e Drácula no meio de uma operação policial corrupta e uma máfia sanguinária que controla a cidade. O filme segura os fãs de horror nas referências e cenas de um trash exagerado, enquanto conquista o restante do público no seu ritmo, timing de comédia e suas cenas de luta um tanto quanto descomedidas.


A relação de Renfield com seu grupo de apoio e suas ações a partir das considerações do grupo que não levam em conta, é claro, o teor sobrenatural da situação e seu raciocínio de um homem que cresceu em um tempo completamente diferente lembram muito as relações da série de Lúcifer na sua busca pela terapia e relação com seu pai. Ou seja, quem já gosta da série tem um prato cheio de entretenimento com o filme, que utiliza as mesmas técnicas pra falar, agora, sobre uma outra figura má popularmente conhecida tentando melhorar através de uma terapia.


Chris McKay, diretor do filme, que já tem em seu currículo alguns filmes duvidosos e outros divertidos, se certificou em ficar em uma zona de conforto, criando um filme industrialmente rentável e bem planejado. Mas também quis se mostrar como cinéfilo de carteirinha e recriar algumas cenas já bem conhecidas.


Não arriscar muito em algumas possíveis saídas diferentes pode ser o único erro de Renfield, mas também é o que o mantém no seu propósito. O filme quer homenagear, ao mesmo tempo em que quer divertir o público, e cumpre exatamente o que promete entregar. Dá pra sentir a nostalgia, rir da desgraça alheia e se compadecer até dos piores personagens. Ele sabe fazer funcionar.


O filme estreia hoje, dia 4 de maio no cinemas!
 

RENFIELD (2023)

Renfield – Dando o sangue pelo chefe


Direção Chris McKay

Duração 93 min

Gênero(s) Terror, Comédia

Elenco Nicholas Hoult, Nicolas Cage, Awkwafina, Ben Schwartz,

Shohreh Aghdashloo, Brandon Scott Jones, Adrian Martinez +


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