Entre altos e baixos, a franquia Alien retorna com um filme novo e expande um pouco mais esse universo. O uruguaio Fede Alvarez dirige o longa e junto com Rodo Sayagues também o roteiriza.
Alguns anos após os eventos de Alien (1979), em um planeta colônia que abriga seres humanos, a mega corporação Weyland-Yutani usa um sistema exploratório como uma falsa promessa de liberdade para os trabalhadores que cumprirem um certo período de serviço. Rain e seu “irmão” Andy, um sintético que é programado para protegê-la, decidem ajudar um grupo de amigos a sair dessa vida de escravidão. Para isso precisam entrar em uma estação espacial abandonada e pegar algumas cabines de criogênio. Nessa chegada ao local, se deparam com algo que vocês já podem imaginar o que é. A missão principal se torna sair de lá com vida.
Alien Romulus expande o universo mantendo todas as características importantes que originaram essa franquia, inclusive é claro, o design inconfundível do artista Hans Ruedi Giger, mais conhecido por suas obras biomecânicas e seu trabalho na criação do alien. Claro que nem só isso pode salvar o filme (Prometheus essa é para você). Existem outros pontos em que Alien Romulus é um grande “copia e cola” de Alien: O Oitavo Passageiro, porém equilibra terror e ação, pegando também como inspiração o segundo filme da franquia, Aliens, O Resgate. O fato de não querer inovar e se manter firme nas tradições é um ponto positivo, pois aposta no que deu certo sem ser “mais do mesmo” e ainda faz aquele fanservice tanto para os filmes quanto o jogo Alien Isolation.
A mudança de tom do início para o fim é bem marcante e em um primeiro momento tudo é poluído, bagunçado, cheio. Nesse contexto, mesmo saindo do planeta super populacional cheio de violência e tristeza, algo ainda vai embora com os poucos personagens que dão continuidade a trama: o sistema e seu controle sobre todos. É sobre isso que o filme quer falar. Tanto o controle de corpos no sistema capitalista e também o próprio alien, tomando o corpo humano apenas com o objetivo de propagar a sua espécie e usá-lo como uma incubadora. A sensação de liberdade ainda está longe de acontecer, pois todos se encontram a mercê de uma criatura mortal e desconhecida.
Na parte da ação, o diretor surpreende e muito, já que estamos acostumados a relacionar esse nome com o terror e suspense. Fede Alvarez foi um grande acerto para esse filme. Ele tem um currículo no terror que junta vários elementos utilizados em Alien Romulus: isolamento, uso de poucos personagens, escuro e silêncio. Uma junção que funciona assim como no primeiro, mas que nesse pesa a mão na violência e mostra mortes mais explícitas e marcantes.
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