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Foto do escritorTati Regis

SUPLICIUM: Pernambuco também faz série de terror

Terror, sci-fi, fantasia, ocultismo, pactos, possessão, rituais e muito, muito suspense é o que você vai encontrar em Suplicium, uma série pernambucana que estreou no Prime Vídeo. A primeira temporada é composta por seis episódios ancorados numa espécie de pequenos curtas como se uma antologia fosse. Estamos acostumados a esse tipo de formato no cinema, embora várias séries já tenham adotado esse tipo de linguagem, como as clássicas Hammer - A Casa do Terror, Contos da Cripta e as mais recentes Creepshow e o reboot de Além da Imaginação. Particularmente, antologia de horror se tornou um dos meus subgêneros favoritos e muito pela possibilidade e riqueza de se contar vários pequenos filmes em um único filme.


Há de se pontuar que a tradição oral de se contar histórias, seja ao redor de uma fogueira, numa mesa ou até mesmo na cama para os filhos, é antiga e, muito normal que isso chegasse e virasse tradição também no audiovisual. E foi muito o que André Pinto e Henrique Spencer, criadores e diretores de Suplicium, fizeram nos seis episódios junto com a equipe de criação e roteiristas. Isso é refletido principalmente no formato básico em que a série é estruturada, já que temos nela o escritor em crise e ao seu redor numa mesa, seus amigos narrando experiências. Sigamos…



Alan Werner (Marcello Trigo) é um escritor bem sucedido, mas que se encontra num momento decadente e de crise criativa, ele então convida seus velhos amigos Isaac (Pedro Wagner), Jorge (Bruno Goya) e Murilo (Evandro Lira) para uma reunião de contação de histórias. Tudo aparentemente na base da amizade, só que por trás de toda boa intenção, bom... a gente já sabe ditado, não é? Alan não está bem intencionado e à medida que os episódios passam, elementos sobrenaturais vão sendo acrescentados à narrativa que culminam em atritos, revelações e desconfianças que podem abalar essa amizade.


Pernambuco tem uma forte tradição na fantasia e no terror quando se fala em literatura, mas que vem crescendo também no audiovisual. Com forte influência de Carneiro Vilela, Recife Assombrado, H. P. Lovecraft, Neil Gaiman, Stephen King, nas lendas locais e também universais, os curtas vão sendo contados a cada episódio costurando essa trama cheia de mistérios e reviravoltas. Você é fisgado já nas primeiras cenas com uma performance bizarra, agoniante e estranha da atriz Nataly Rocha que interpreta a Bárbara, peça fundamental em Suplicium. E ao terminar o primeiro episódio, a vontade de emendar já no segundo e maratonar a série é tentadora. Toda a narrativa é contada para te levar a questionar o que é real, o que é passado e o que é presente. Achei bem instigante isso.


Suplicium vinha sendo produzida desde 2013, quando começou ainda com a parte criativa e criação de roteiros. Foi quando inscreveram o projeto no Funcultura com as filmagens sendo finalizadas em 2017. Se produzir cultura no Brasil já é guerrilha, imagina fazer uma série de terror/fantasia/sci-fi no Nordeste? Chegava aí o problema da pós-produção e, enfim, foi somente em 2020 que a série foi finalizada e lançada em 2021 na TV aberta no canal local TVU. A estreia no Prime Vídeo chegou em janeiro deste ano e agora todo o Brasil pode ter acesso a uma série de gênero feita em Pernambuco. Os planos agora é legendar para inglês e espanhol e assim lançar a produção em outros países e quem sabe vir por aí uma segunda temporada?


 

Suplicium (2021)


Criação André Pinto, Henrique Spencer

Duração 1 Temporada (6 Episódios)

Elenco Marcello Trigo, Pedro Wagner, Bruno Goya, Evandro Lira, Nataly Rocha +


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